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Igreja do Recolhimento

Depois da morte da Madre Maria do Lado, por doença, em 1632, e após se tornar conhecido o seu desejo expresso da construção de um mosteiro, a 28 de abril de 1640, no local do seu nascimento, lançou-se a primeira pedra da igreja do Recolhimento – mais tarde, Igreja do Santíssimo Sacramento. No acto estiveram presentes o bispo de Coimbra, D. João Mendes de Távora, 11.º conde de Arganil, e D. Fernando de Meneses, 2.º conde da Ericeira. A sua inauguração teria lugar nos inícios de 1646. Cinco anos depois, a 30 de agosto de 1651, seriam trasladados para esta mesma igreja os restos mortais da Madre Maria do Lado.

O portal da igreja do Convento do Louriçal desenvolve-se a partir de um vão retangular, moldurado, encimado por cornija curvilínea ressaltada, coroada de frontão curvo, albergando no tímpano um medalhão ovaloíde com uma representação do Santíssimo Sacramento a quem é dedicado o templo. Na fachada oposta mostram-se pedras de armas reais, enquadradas por volutas e vários caixilhos, quadrados e retangulares, dispostos alternadamente, de modo a envolver a porta.

O interior, de nave única, é coberto por teto pintado com a representação da Consagração da Hóstia. O cruzeiro é marcado por cúpula apainelada de cantaria, diminuindo os caixotões de dimensões até alcançar o fecho. A nave é forrada por painéis de azulejo joaninos até ao nível do entablamento. Estes repartem-se por dois pisos, no superior versam sobre temas da Paixão de Cristo, enquanto no inferior são narrados episódios da Vida de S. Francisco de Assis. A revestir o transepto encontra-se outro conjunto de painéis de azulejos barrocos, onde se tratam cenas da vida da fundadora, Soror Maria do Lado.

O altar-mor, altares colaterais e laterais sobressaem pelos seus retábulos setecentistas, trabalhados em mármores provenientes de Lisboa, de diferentes tonalidades – branco, negro, rosa, amarelo -, criando um excelente jogo cromático. Colunas com capitéis compósitos em jaspe e figuras de anjos formam os retábulos, realizados pelo conceituado mestre escultor João António de Pádua.

No coro alto, o destaque vai para os painéis de azulejos joaninos (azul e branco) e para uma imagem de Nossa Senhora do século XVIII. Na sacristia e locutório podemos apreciar outros azulejos setecentistas, de cariz vegetalista. Pelas diversas dependências conventuais são visíveis diversos azulejos de grande qualidade, tanto portugueses como holandeses.

O claustro é muito simples e tem ao centro uma fonte joanina. Em duas salas contíguas, conhecidas como santuário, guardam-se diversas obras de interesse. Entre a decoração de talhas douradas, encontramos uma estátua jacente de Nossa Senhora da Boa Morte, doada pelo rei D. José I e na sala de planta octogonal, fechada por cúpula, um bonito conjunto formado por seis pequenos altares policromos e um presépio do século XVIII.

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