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História do Convento

Em 1688, o conde da Ericeira, D. Fernando de Meneses, pediu ao rei D. Pedro II de Portugal para que o Recolhimento (Igreja do Santíssimo Sacramento, inaugurada em 1646) fosse oficialmente transformado em convento. A autorização real seria emitida a 16 de agosto de 1688 e o Recolhimento seria finalmente transformado em convento, o qual ficou concluído em 1708. Em 1709, aquando da inauguração, as Religiosas Escravas do Santíssimo Sacramento unir-se-iam à Ordem de Santa Clara. Antes, em 1692, já o Papa Inocêncio XII tinha dado uma ordem para o transformar em convento de Clarissas, onde, ainda hoje, as freiras que nele habitam vivem em clausura conventual.

Pode afirmar-se que a construção do Convento do Louriçal se deveu, sobretudo, ao rei D. João V de Portugal, na sequência de uma promessa feita antes deste ascender ao trono. Quando o príncipe D. João de Bragança (mais tarde rei D. João V) adoeceu gravemente, este fez a promessa de concluir o Convento do Louriçal caso se curasse, o que veio a acontecer, e isto depois de ter escolhido para seu mestre e confessor o Padre Francisco da Cruz, irmão da Madre Maria do Lado, que, ao saber da doença de bexigas de Sua Alteza e com receio que o príncipe não sobrevivesse, lhe colocou no leito terra da sepultura da irmã e uma cruz que lhe pertencera. O futuro rei acabaria por tomar o convento sob sua especial protecção.

Construído e povoado o convento, as religiosas continuaram a utilizar para os actos de culto a antiga igreja que fora do Recolhimento Franciscano, até o rei D. João V ter conhecimento da situação e ter mandado edificar uma nova igreja. Para que as obras se concretizassem convenientemente e o convento ficasse de todo desafogado, estabeleceu-se um protocolo com a Câmara do Louriçal em 1734. Este acordo delineava uma nova urbanização do lugar, pois a construção de uma nova igreja e torre sineira com relógio implicavam o derrubamento de algumas casas, a abertura de novas ruas e até mesmo a construção de uma praça.

A 11 de março de 1878 morreu a última freira professa, recebendo a comunidade religiosa um decreto de extinção. O bispo, em defesa das religiosas do convento, solicitou uma licença ao rei para que pudessem continuar a viver Irmãs Clarissas no Convento do Louriçal. O rei acedeu a este mesmo pedido.

Mais tarde, pela implantação da República Portuguesa em 1910, as religiosas foram expulsas do convento pelos militares para que fosse instalado no edifício um posto da Guarda Nacional Republicana, o qual neste funcionou até 1925. Em 1927, a propriedade foi leiloada e comprada pela Predial Económica Limitada de Coimbra, com dinheiros da Madre Nazaré e de outras irmãs ainda vivas.

Em 1932, no terceiro centenário da morte da Madre Maria do Lado, deu entrada uma noviça conhecida por Madre Teresa que, em 1940, quando foi eleita para abadessa da convento, logo se preocupou em mudar a situação moral da comunidade religiosa, pois, até aí só podiam emitir votos temporários. Esta, tanto trabalhou para modificar a condição das freiras, que conseguiu alcançar a licença de votos perpétuos, para, em 1956, alcançar também o reconhecimento canónico definitivo da comunidade.

A Igreja do Convento do Louriçal encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1939. A Câmara Municipal de Pombal anunciou em 2015 a atribuição de importante financiamento para a promoção e valorização do referido monumento e complexo religioso. Em 2020 foi atribuído um outro financiamento para a prossecução desses mesmos trabalhos.

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